terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

PM DO RIO AMEAÇA GREVE EM DEFESA DA COIRMÃ BAHIANA

Policiais, bombeiros e agentes penitenciários do Rio de Janeiro prometeram na tarde deste domingo antecipar a paralisação das categorias, inicialmente prevista para o próximo dia 10, caso "qualquer covardia" seja cometida contra os agentes que participam do movimento grevista na Bahia. Ontem, o Exército foi convocado pelo governo baiano para desocupar a Assembleia Legislativa, onde os grevistas acampam desde terça-feira. Helicópteros e blindados apoiam a ação.
"O movimento em prol da DIGNIDADE dos Bombeiros e Policiais do Estado do Rio de Janeiro vem informar que qualquer covardia cometida contra os militares da Bahia e seus familiares, que estão ocupando a Assembleia Legislativa de lá, ocasionará a deflagração da GREVE GERAL no Rio de Janeiro antes do previsto", diz a nota publicada em um blog do movimento SOS PMERJ.
Caso a greve dos policiais do Rio se confirme, a tendência é que o Batalhão de Choque e o Batalhão de Operações Especiais (Bope) sejam acionados emergencialmente, já que, para os agentes dessas tropas, a paralisação não é unânime. Os dois batalhões são os que recebem as melhores gratificações da corporação.
Neste domingo, o secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, emitiu um comunicado no qual tenta convencer os policiais de que a greve não é a solução para reivindicar melhores condições de trabalho. Segundo ele, que disse acreditar que a maioria dos agentes trabalhará normalmente no dia 10, a greve dificilmente "irá trazer benefícios" para os policiais.
Beltrame também lembrou que há uma série de aumentos programados para a área de segurança pública nos próximos anos e que a melhoria nas condições de trabalho das categorias deve ser gradual e racional. Entre os agentes, o parcelamento dos aumentos salariais é conhecido como "aumento Casas Bahia".



O líder da greve dos policiais militares da Bahia, Marcos Prisco, declarou nesta segunda-feira que a categoria rejeitou a proposta de reajuste de 6,5% feita pelo governo no domingo.

Segundo Prisco, a oferta para o fim da paralisação não é nova. "Essa proposta é linear e vale para todos os servidores públicos. Ela já foi feita e recusada há duas semanas", afirmou.

Cerca de 600 homens armados com metralhadoras, fuzis, pistolas e bombas de efeito moral da Força Nacional de Segurança, do Exército, policiais federais, policiais civis do grupo de Coordenação de Operações Especiais (COE) e PMs de um batalhão especial cercam a Assembleia Legislativa da Bahia desde as 5h30 desta segunda.

A operação, comandada pelo general Gonçalves Dias, visa isolar os manifestantes para depois executar mandados de prisão e esvaziar o prédio. Antes, uma equipe especial tenta negociar com os grevistas e convencê-los a sair.

Entretanto, o clima provocado pelo cerco preocupa o líder grevista, que teme um confronto entre os grupos. "Se o Exército invadir o prédio pode acontecer uma catástrofe. Não posso controlar a reação da categoria. Pode ser uma tropa armada contra outra tropa armada", acrescentou.